REFLEXÕES
A ESPERANÇA É FÉ?
A ESPERANÇA É FÉ?
Por Adelvair David
De forma alguma podemos afirmar seguramente que esperança é fé.
O que se convencionou chamar esperança, muitas vezes não passa de “fé-cega”. Crença fundamentada no misticismo, no medo, no desconhecimento; não traz força para os enfrentamentos da existência e conduz a escravidão moral, material e a acomodação diante das lutas, principalmente daquelas que dependem do esforço do indivíduo ou da coletividade.
A ignorância é a mãe de todos os males, oblitera a razão e impede de se ver claro e com discernimento. Poucos se aventuram saber dos reais interesses do que recebem, aceitando passivamente sem questionar, sem meditar, ou mesmo sem verificar a veracidade do que ouvem; aceitam a manipulação e o controle sem escrúpulo de quem faz da fé uma barganha.
A esperança, podendo ser um sinal de fé, não deve ser confundida com a submissão que tira o poder da vontade, o livre-arbítrio para as decisões. Disse-nos o meigo raboni: a cada um segundo as suas obras. Ela não isenta o indivíduo dos esforços que deve fazer para vencer os desafios da vida, as provas exigem de cada um o máximo de empenho para o seu próprio crescimento. Compreendemos que temos um passado para retificar, o presente para aprender e um futuro para colher os louros ou desditas das escolhas atuais.
A esperança é o combustível moral, a luz da razão, a doce capacidade de saber esperar com a consciência tranqüila de que já se fez tudo o que se podia. É a serenidade para aguardar aquilo que não depende mais de si para concretizar.
Como nos ensinou Jesus, Deus é justo e bom; não há privilégios, trocas, concessões, graça, mas sim Leis perfeitas que permitem a todos a felicidade almejada, ainda relativa neste mundo onde nos encontramos, mas plena em mundos superiores, onde o mal não existe mais e o móvel dos sentimentos dos seres que ali habitam, é o desejo constante do bem.
A esperança só é fé quando nestes moldes; é ativa, determinada, e não guarda nenhuma relação com interesses inferiores, é uma certeza da alma que aguarda depois da refrega o que a vida lhe reservou, sem revolta, pela suprema confiança nos seus esforços e na bondade do Pai.
A ESPERANÇA É A FORÇA QUE O AMOR USA PARA SERVIR.
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